segunda-feira, 11 de fevereiro de 2019

Vida na aldeia


Vida na aldeia

A aldeia de que eu gosto
É pacata e modesta
Fica lá longe!
Atrás dos montes
Rodeada de giestas!
Num pequeno vale
Surgiu esta povoação
De gente trabalhadora
E amiga de coração!
O destino quis assim...
É meu refúgio de eleição
Não a quero só p’ra mim!
Gente cordial e afável
Acolheram-me com carinho
Porque ser sociável
Está no nosso caminho!
É coisa que aprendemos
E depressa retribuímos!
No verão, é uma alegria...
O povo anda na rua
É tempo de romaria!
Lá, na minha rua
A gente senta-se à sombra
Nuns banquinhos de pedra
Por baixo da minha janela!
Pomos a conversa em dia...
Às vezes, até noite adentro...
Logo se acendem as lâmpadas
Corre uma brisa, que alento!
Nas tarefas do campo
Parece uma comunidade
Todos se entr
eajudam
Não falta força e vontade!
Quando chega a primavera
Oh! Que maravilhoso!
Os campos estão verdejantes
E as árvores todas floridas!
As amendoeiras em flor
São um cenário deslumbrante!
E as cerejeiras com cor
Despertam em nós
Um sentimento inebriante!
Muito haveria p’ra dizer
Desta aldeia abençoada
Isto, que estou a escrever
É p’ra ela ser recordada!

Eu sou assim


Eu sou assim...
Eu sou assim...
Leal...
Porque não te desejo mal!
Amiga...
Porque amizade não se explica!
Ou é... Ou não é!
Eu sou assim...
Confidente...
Porque guardo bem
O que o outro sente!
Otimista...
Porque acredito no que se conquista!
Perseverante...
Porque há momentos
Que passam num instante!
Tolerante...
Porque o que acontece na vida
É importante!
Organizada...
Porque assim...
A vida não custa nada!
Perfeccionista...
Porque o que é mal feito
Irrita-me!
Sentimental...
Porque sinto nostalgia
E outras coisas que tal!
Eu sou assim...
Um pouco teimosa...
Não me perguntem por quê?
Será por estar mais idosa?
Gulosa?
Olhem só, como eu mudei!
Não abuso dos doces...
Penso, que até enjoei!
Eu sou assim...
Tenho mau acordar!
Quando penso que vou trabalhar!
Mas, como já me aposentei
Até nisso, eu melhorei!
A vida é mesmo assim!
Eu sou assim...

Maria, és Maria...


Maria, és Maria...


Manhã fria e encoberta
Assim, nasceu mais um dia.
Razão tinham vocês...
Isto, é o tempo, não varia!
Apenas resta o consolo

De o tempo melhorar
Ou da primavera chegar!

Conformada e decidida
Algures, numa aldeia distante
Resolvi como medida
Minimizar aquele instante
Olhando as nuvens passar...

Senti um leve arrepio
Incrível! Não é p’ra admirar!
Logo vejo, num rodopio
Várias pessoas a passar...
Agora, é a chuva a chegar!

De mansinho, lá vem ela
Ou, por vezes, engrossando
Saraiva forte que gela!

Saltando grossa no chão
Alagando com rapidez
Num rio se transformou
Toda a aldeia se inundou
Onde gente não passou
Somente...

O vento rodopiou!